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  • Fernanda Diniz | Embrapa Recursos Genéticos e

Embrapa apresenta tecnologias sustentáveis no Show Rural Coopavel 2018


Tecnologias ambientalmente corretas para produção de cogumelos e controle biológico de pragas agrícolas estarão entre os destaques da Empresa no evento.

Foto: Divulgação Embrapa | A pesquisadora Arailde Urben atende o público no Show Rural Coopavel 2018

Duas tecnologias com grande potencial de aceitação pelo mercado de produtos sustentáveis, que cresce na contramão da crise econômica no Brasil, estarão entre as atrações da Embrapa no Show Rural Coopavel 2018, que acontece de 5 a 9 de fevereiro, em Cascavel, PR. A primeira é a tecnologia JunCao, adaptada da China para o Brasil, capaz de baratear e tornar mais saudável o cultivo de cogumelos por utilizar gramíneas ao invés de troncos de madeira e serragem. A segunda se baseia na utilização de feromônios em armadilhas para controlar biologicamente percevejos-praga do arroz e da soja nas lavouras brasileiras.

Cogumelos: nutrição e saúde na sua mesa

A pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (unidade de pesquisa da Empresa em Brasília, DF) Arailde Urben, responsável pela adaptação da técnica chinesa às condições climáticas brasileiras na década de 1990, estará presente ao estande da Embrapa no Show Rural Coopavel para explicar ao público os benefícios desta metodologia para produção de cogumelos. Hoje, mais de 2.000 pessoas de todas as regiões brasileiras e até de outros países já foram capacitadas na sua utilização a partir de cursos promovidos pela Unidade todos os anos.

“A transferência da tecnologia JunCao ao setor produtivo sempre foi uma prioridade para a Embrapa”, explica Arailde, lembrando que em 2017, foi comemorada a realização da 50ª edição do Curso de Cultivo de Cogumelos Comestíveis e Medicinais, que acontece duas vezes por ano na capital federal e têm lista de espera. As feiras e exposições também são importantes espaços de divulgação da tecnologia à sociedade brasileira. Por isso, a pesquisadora faz questão de participar sempre que possível.

A popularização da tecnologia JunCao é uma forma de aumentar o cultivo e o consumo desses alimentos no Brasil, que ainda é baixo (cerca de 300 gramas por habitante) quando comparado a países da Europa, nos quais chega a 4 kg per capita, e da Ásia, onde é de aproximadamente 8 kg.

Além de saborosos, os cogumelos são muito nutritivos – com quantidade de proteínas superior à da carne (28 a 34% contra 14%) e acima de alguns vegetais e frutas, ricos em vitaminas e carboidratos e ainda por cima, com baixo teor de gordura. Aliados ao valor nutricional, esses fungos apresentam benefícios comprovados para a saúde humana, o que os enquadra na categoria de alimentos funcionais. Mas, infelizmente, o alto preço dos cogumelos no mercado nacional – cerca de 10 reais a bandeja - ainda os mantêm distantes da mesa da maior parte da população brasileira.

As pesquisas de mais de duas décadas com cogumelos, capitaneadas por Arailde, têm como principal objetivo mudar esse panorama no País, tornando esses alimentos mais presentes na dieta da população brasileira. Feromônios para controle de percevejos-praga da soja e do arroz

A outra tecnologia que estará à mostra no estande da Embrapa no Show Rural Coopavel 2018 é a que usa feromônios (substâncias que os insetos utilizam para se comunicar com outros da mesma espécie) para monitorar e controlar percevejos-praga nas diferentes lavouras. Trata-se de um método racional e seguro, com grande potencial de utilização em programas de manejo integrado de pragas porque pode reduzir significativamente e, até mesmo, eliminar a utilização de defensivos químicos nas lavouras. Os inseticidas além de ineficientes para controlar os percevejos, causam resistência nos insetos, são nocivos a quem os aplica, eliminam insetos benéficos, como as abelhas e inimigos naturais, e, no caso do arroz irrigado pode contaminar a água de rios e mananciais.

A “chave” para chegar até a esta tecnologia estava na própria natureza. Os cientistas observaram que os insetos utilizam substâncias químicas para “avisar” aos outros sobre demarcação de território, alimentação, risco de predadores, reprodução, entre outros. Quando essa comunicação ocorre dentro da mesma espécie, o composto químico é chamado de feromônio. É como a linguagem humana, só que com feromônios no lugar das palavras.

De posse desse conhecimento, a equipe da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia liderada pelo pesquisador Miguel Borges começou a extrair feromônios em laboratório para depois colocá-los em armadilhas a serem distribuídas nas lavouras. “No caso dos percevejos, trabalhamos principalmente, com os feromônios sexuais produzidos pelos machos”, conta o cientista.

Após a identificação, o feromônio natural produzido pelo inseto é sintetizado em laboratório e formulado em pequenos dispositivos (pastilhas), que são impregnados pelo feromônio. Por fim, são colocados em armadilhas no campo para a captura e monitoramento das fêmeas.

As armadilhas com os feromônios são distribuídas nas lavouras com o objetivo de enganar os insetos. Ao identificar o cheiro dos machos, as fêmeas são atraídas e capturadas na armadilha. O intuito final é monitorar e controlar as populações dos percevejos-praga e, consequentemente, reduzir os danos às plantações de forma efetiva e sustentável. Patentes

A Embrapa recebeu duas patentes pelo desenvolvimento da tecnologia de utilização de feromônios para controle de percevejos-praga. A primeira, em 2013, foi voltada ao complexo de percevejos da soja, e em 2016, ao percevejo-do-colmo do arroz.

Veja o artigo original no site da Embrapa, clicando aqui.

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