A venda de cogumelo in natura aumenta a renda dos produtores. O produto fresco não sofre com a concorrência do cogumelo cozido em conserva importado da China. Para um grupo de fungicultores do interior de São Paulo, foi a venda in natura que sustentou a atividade, e garantiu crescimento de quase 7.000% em um ano. De 50, para 3.500 quilos por semana. E Segundo o produtor José Carlos de Oliveira, eles tiveram um bom motivo para trocar o produto cozido em conserva pelo cogumelo fresco.
– É por causa do preço. A gente tem a concorrência do Chinês que chega num preço bem baixo, e a gente não tava conseguindo mais produzir. Então, nós optamos pelo produto in natura que agrega um valor melhor – disse Oliveira.
De acordo com o diretor executivo da Associação Nacional dos Produtores de Cogumelo, Carlos Lima, os fungicultores brasileiros driblam as importações de cogumelo em conserva da China, que respondem por 60% do consumo nacional.
– Os nossos concorrentes internacionais não conseguem colocar o cogumelo in natura aqui porque o cogumelo tem um prazo de validade muito curto. o que inviabiliza trazer cogumelo de outras regiões – disse.
Com o acompanhamento da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), hoje, 80% do fungo é comercializado in natura. A redução de gastos com mão de obra e a facilidade para receber o pagamento fizeram a troca valer a pena.
– O produto fresco tem a venda imediata. Então, o produtor vende e recebe o dinheiro. Além de ter muito menos custos na produção, o que faz a lucratividade do produtor crescer em média 40% – disse o pesquisador da Apta, Daniel Gomes.
Mais de 70% da produção de cogumelo do Brasil vem do Estado de São Paulo. O champignon de paris é o mais consumido. Mas, os bons resultados possibilitam que os produtores já comecem a diversificar a produção.
Além do champignon paris, os produtores de Pinhalzinho começaram a produzir outra variedade porto belo. Na aparência ele é mais escuro, no paladar mais saboroso e o preço é melhor para o produtor. O champignon porto belo é vendido por R$ 10 o quilo, enquanto que o paris sai por R$ 9. No leste paulista, produtores se uniram para baratear o custo do frete e garantir a oferta constante do produto. A venda do cogumelo fresco nas bandejinhas garante a lucratividade do negócio.
– Muitos produtores se estivessem só no pré-cozido, hoje, acho que não estariam trabalhando, tinham que partir para outra cultura. Graças a este cogumelo in natura a gente pode trabalhar mais sossegado um pouquinho – disse o fungicultor Evandro Luiz Torricelli.
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Fonte: Rural br agricultura